Em quatro dias no comando da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha já impôs pelo menos três derrotas ao Governo: 1) sua vitória para a presidência; 2) a instalação da Nova CPI da Petrobras; 3) a admissibilidade da Reforma Política.
É visível a nova dinâmica imposta à Casa pelo estilo Cunha, tanto na área administrativa quanto na política. No episódio da CPI, o PT tentou barrar sua criação invocando o argumento de que o regimento só permite o funcionamento de cinco comissões de inquérito ao mesmo tempo. Cunha não tomou conhecimento.
No caso da Reforma Política, o pacote de projetos aguardava tempo bom na Comissão de Constituição e Justiça. Como o governo não gosta dele, a tendência é que dormisse ali um bom tempo até à espera de sinal verde para ser debatido. Cunha pisou no acelerador.
Se antes de sua eleição para presidente, a articulação do governo já enfrentava muitas dificuldades na coordenação política, imagina agora, diante de um chefe do legislativo profundo conhecedor do regimento e com um projeto político pessoal muito nítido.