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O risco alto de racionamento

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A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião hoje no final do dia, no Palácio do Planalto, com a presença dos ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Fazenda, Joaquim Levy. Pauta: os problemas do setor elétrico – perspectiva de racionamento, tarifaço, dívidas das distribuidoras, obras atrasadas.
O assunto dominou as páginas dos jornais, revistas e as telas das tvs no final de semana. O foco das reportagens foi o risco de racionamento. A tensão foi provocada pela declaração de Braga, na semana passada, admitindo que se o nível dos reservatórios chegar a 10%, não há como escapar do racionamento.
A hipótese está baseada no óbvio. E não se sabe porque, só agora, a mídia passou a levar a sério a questão, que é muito grave. Desde o início de 2013, porém, especialistas repetem várias vezes, e com bons argumentos, que o país corre esse risco. Os gastos com a ligação de todas as termelétricas com carga total são de R$ 2 bilhões por mês, as distribuidoras e geradoras passam por graves dificuldades financeiras e a política de comercialização de energia foi desestruturada, disseram eles.
O corpo técnico do governo, no entanto, sempre foi evasivo, mas a opinião unânime das consultorias especializadas é que não há alternativa. O que ainda impede a adoção imediata do racionamento de energia é o elevado impacto econômico da medida – prejuízo de R$ 6 bilhões – no caso de uma redução da carga de 10%. Diante desse número, que se traduzirá numa recessão com queda de 1,5% do PIB, o governo está paralisado pelo temor ao risco.