A disputa pela presidência da Câmara, entre PT e PMDB, pode ser uma prévia do que vem por aí, nos próximos quatro anos e, especialmente, em 2018, aposta o colunista Ilimar Franco, do Globo. A exemplo do que aconteceu com o PSB do falecido governador Eduardo Campos, cresce no PMDB a avaliação de que, em política, o papel de eterno coadjuvante é um tiro no pé. Outro exemplo muito citado é o destino terminal do DEM, consequência de sua trajetória de linha auxiliar do PSDB.
A votação do tucano Aécio Neves também é vista como um recado. “As pessoas querem coisa nova. Se o Aécio tivesse disputado pelo PMDB tinha ganho. Nossa capilaridade é maior que a do PSDB”, diz uma liderança. Os dirigentes do aliado do PT argumentam que se o partido serve para dar governabilidade, também serve para governar. O fenômeno Eduardo Cunha, por exemplo, pode ser o ovo da serpente da nova realidade.
Ele seria o protótipo do candidato que o PMDB não consegue produzir. Todos reconhecem, no entanto, que para uma candidatura virar realidade é preciso começar pondo um ponto final na autofagia que consome o partido.