O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), líder do partido na Câmara, deu uma entrevista para o Política Brasileira, da Arko Advice. Confira:
O que o senhor acha que o governo deve fazer para reestruturar sua base na Câmara?
Ampliar o diálogo e reconhecer falhas no acompanhamento legislativo. O governo precisa ser muito mais propositivo do que reativo. Toda proposta legislativa que não tiver o acompanhamento pleno, com estimativa do impacto financeiro e fiscal, nos estados e municípios, pode fazer com que o governo perca votações. Ainda mais neste momento financeiro delicado que vivemos no país. Sobre a ampliação do diálogo, a postura da presidente Dilma Rousseff já demonstrou que ela está disposta a ter um contato mais direto com a base, ouvir os parlamentares. É importante. Se não me engano, foram três encontros no primeiro semestre, o que é nada. E não foi com os parlamentares, foi com os líderes. Isso precisa ser feito de uma forma mais intensa para que essa relação fique cada vez melhor.
O PSD apoiaria uma proposta de redução de ministérios, mesmo que isso implique perda de espaço na Esplanada?
Não é o número de ministérios, na minha avaliação, que reduziria as despesas, mas a despesa em si. A redução de ministérios não deve ser para fazer marketing, tem de ser para, de fato, obter redução de despesa. O PSD é tranquilo, pois é da base, leal ao governo da presidente Dilma, mas ao mesmo tempo um partido que está preocupado com o país. Logo, qualquer movimento que seja bom para o Brasil terá a seu lado o PSD.
Começa-se a perceber certa pressão da opinião pública contra a “pauta-bomba”. O senhor acredita que a Câmara terá mais cautela na apreciação dessas matérias?
Ainda não vi nenhuma “pauta-bomba” na Câmara dos Deputados. Votamos, no primeiro semestre, o ajuste fiscal, principalmente; a PEC da maioridade penal, que é uma pauta não bomba, uma pauta para resolver a bomba da segurança pública; e a reforma política. A PEC nº 443, considerada “pauta-bomba”, foi pautada pela própria AGU, por meio da pressão de seus funcionários e dos líderes partidários, com exceção de um ou outro, que, ao longo de maio e junho, pediram a inclusão da proposta. Logo, não vejo nenhuma “pauta-bomba”. “Pauta-bomba”, eu acho, foi aprovar aumentos salariais, que são legítimos, mas que não têm lastro (previsão orçamentária) para pagamento.