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Governo pentagonal

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O governo brasileiro tem uma presidente, um ex-presidente, dois presidentes do Poder Legislativo e o vice-presidente da República mandando e governando. É uma situação única na história recente do Brasil. Nunca tantos mandaram tanto ao mesmo tempo.
Na semana passada, tanto o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quanto o do Senado, Renan Calheiros, reafirmaram sua autonomia. Praticamente ignoraram os reclamos do governo na votação de temas sensíveis, como a redução da maioridade penal e o reajuste salarial do Poder Judiciário.

O ex-presidente Lula, no papel de líder maior do PT e patrono da presidente Dilma Rousseff, foi a Brasília para tentar controlar as bancadas e dialogar com os aliados. Não se sabe se, a essa altura dos acontecimentos, a embaixada de Lula no mundo político ajuda ou atrapalha.
Michel Temer, vice-presidente e coordenador político do governo, é outra figura de ponta no pentágono brasiliense. É praticamente uma espécie de “primeiro-ministro”. Sem ele na coordenação, o governo estaria imobilizado.
Resta à presidente, mesmo sendo ainda detentora da maior soma de poder, repartir a condução do país com os demais em uma mostra de fragilidade política nunca vista no país desde o fim do mandato de José Sarney.
Paradoxalmente, sem a partilha de poder a situação estaria muito pior. Somente repartindo o poder com os partidos da base o governo conseguirá um mínimo de estabilidade.
Foto: Fotos Públicas