O relógio registrava 20h15 quando o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), desistiu de esperar a chegada de José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, a um evento eleitoral em São Bernardo do Campo. O secretário estadual da Casa Civil, Sidney Beraldo, que representava o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também decidiu ir embora. Antes, o presidente estadual do partido, deputado Pedro Tobias, já havia partido. O ato político, que selaria a aliança entre PPS e PSDB na cidade, estava marcado para 19h. No palanque improvisado, políticos se revezavam para entreter a plateia de militantes que já se esvaziava, sem saber ao certo quando Serra chegaria – e se iria, de fato, ao local. Duas horas e quarenta e cinco minutos depois do horário previsto para o evento começar, o tucano chegou. Cumprimentou algumas pessoas, distribuiu poucos sorrisos e subiu apressado ao palanque. No berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra fez um discurso inflamado. Durante os nove minutos em que falou, não poupou críticas ao PT nem ao governo federal. O evento era da pré-campanha do deputado estadual Alex Manente (PPS) à Prefeitura de São Bernardo do Campo, mas os temas municipais passaram ao largo da fala do tucano. (Valor Econômico)