O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o bicheiro Carlinhos Cachoeira tiveram pelo menos três encontros, dois deles intermediados pelo senador Demóstenes Torres (de Goiás, sem partido), como admitiu ontem o próprio governador. Os tentáculos da rede do contraventor chegaram ao gabinete de Perillo, onde uma assessora direta recebia de Cachoeira informações sobre operações da Polícia Federal. A chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, flagrada por escutas da Operação Monte Carlo da PF, que levou Cachoeira à cadeia, pediu ontem demissão do cargo. Marconi Perillo admitiu conhecer o bicheiro e ter se encontrado com ele por três vezes em "reuniões festivas" – uma delas na casa de Demóstenes Torres -, mas negou ter amizade com o contraventor. O governador disse que confia na agora ex-chefe de gabinete, Eliane Gonçalves Pinheiro, mas aceitou ontem a demissão dela. O tucano afirmou não haver "qualquer relação do governo com atos ilícitos". As afirmações foram feitas ontem, em entrevista à TV Anhanguera, de Goiás. (O Globo)