Grande parte da carreira do pesquisador brasileiro Ulisses Mello foi construída nas cadeiras de universidades no exterior e no laboratório da IBM em Nova York, onde se concentram as principais pesquisas da companhia no mundo. Agora, quase duas décadas depois, ele está de volta ao país. Na bagagem, além da experiência internacional, Mello traz um desafio: liderar o Centro de Soluções para Recursos Naturais da IBM, parte do laboratório recém-inaugurado pela "Big Blue" no país e o primeiro da companhia no hemisfério sul. "é parte da minha missão direcionar as pesquisas para que elas tenham impacto local, mas possam ser usadas globalmente", diz. Mais que um caso pontual, o exemplo de Mello expressa uma nova tendência entre as grandes companhias de tecnologia da informação e comunicação (TIC): a de desenvolver, no Brasil, sistemas e produtos que possam ser adotados e vendidos em qualquer parte do mundo. Os exemplos incluem um software para impressão à distância da Hewlett-Packard (HP), um sistema de prevenção de enchentes da IBM e um programa de monitoramento de caixas eletrônicos da Diebold – todos com DNA brasileiro. "Fomos promovidos de liga", brinca Paulo Iudicibus, diretor de novas tecnologias e inovação da Microsoft, que também está reforçando os investimentos em pesquisa no país. (Valor Econômico)