Em mais um round da luta para evitar o derretimento do dólar, o governo anunciou ontem o segundo aumento, em menos de duas semanas, de tributação sobre a entrada de capital estrangeiro no país. O prazo de empréstimos tomados por empresas e bancos no exterior sujeitos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% subiu de três para cinco anos. Em 1 de março, esse prazo havia passado de dois para três anos. A reação foi imediata: e o dólar comercial registrou alta de 1,12%, a R$ 1,805, após chegar a subir 2,75% na máxima do pregão. Com isso, a moeda acumula valorização de 3,32% neste mês. Dentro do "arsenal ilimitado" prometido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a equipe econômica estuda outras medidas que atingiriam, por exemplo, operações de empréstimo e emissões de bônus no exterior com prazo inferior a dez anos. Uma das alternativas em análise é obrigar o registro das operações antes da entrada dos recursos no país, para evitar que os recursos sejam desviados para outras transações. Hoje, o dinheiro entra no país e só depois é registrado no Banco Central (BC). Outra possibilidade em estudo é a desoneração das operações de empréstimos no mercado internacional ou emissões de bônus privados de empresas e bancos com prazo superior a dez anos. Seria uma forma de incentivar a captação de recursos com prazo mais longo. (O Globo)