O governo está com o sinal de alerta ligado para a situação da indústria. O fraco desempenho do emprego formal na indústria em janeiro, com saldo de apenas 37,4 mil vagas, divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho, reforçou junto a integrantes da área econômica a necessidade de medidas para estimular as exportações de manufaturados, que devem ser divulgadas em março, e de novos incentivos fiscais ao setor, já sinalizados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada. O grande temor do governo Dilma Rousseff, segundo afirmou ao Valor uma fonte da equipe econômica, é que a perda de dinamismo da indústria acabe atingindo outros setores. "O emprego industrial começou a perder força no fim de 2010, mas, até agora, segmentos como construção civil e serviços não sentiram", afirmou o economista do governo, para quem "essa defasagem pode estar acabando". No mês passado, o saldo da indústria foi de 37,4 mil novas vagas, enquanto em janeiro de 2011 a geração líquida do setor foi de 53,2 mil postos de trabalho. Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sérgio Mendonça, o nível de ociosidade da indústria é muito alto, o que deve fazer de 2012 uma repetição de 2011, "um ano nada espetacular, do ponto de vista do emprego na indústria de transformação", diz. (Valor Econômico)