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FHC diz que mal estar fará eleitor escutar a oposição

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Muito interessante a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique à revista Isto, que está nas bancas. Ele faz uma avaliação do atual momento político e diz que o mal-estar no País, os erros da política econômica e a quebra de confiança do empresariado em Dilma ampliaram as chances de vitória de Aécio Neves, Fala mais como sociólogo, cientista, do que como político. Entende muito do funcionamento da sociedade, que estuda há mais de 60 anos. Veja os principais trechos ou leia a íntegra aqui: http://migre.me/kFbTf

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“As pessoas consumiram mais e agora é natural que queiram mais. As explosões de junho do ano passado foram consequência do querer mais.” ?

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“Falta educação, segurança, o transporte não funciona. Estourou no governo Dilma. O governo persistiu no estímulo ao consumo e não olhou para os outros lados.”

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“A televisão brasileira é esporte, crime, um pouquinho de internacional e muito governo. Por tradição. Nos EUA, ouve-se o outro lado. Aqui, o outro lado não existe para a massa. A pessoa só começa a ver o outro lado durante o período eleitoral.”

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“O problema da oposição é outro: existe apenas uma oposição congressual. Os partidos existem no Congresso, não na vida da sociedade. A única exceção era o PT, que sempre teve organização partidária. A oposição se faz no Congresso, mas não repercute.”

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“O que o governo decide incide sobre as pessoas. A oposição não toma decisão. Ela fala. E isso não aparece, só aparece um lado.”

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“A diferença entre o PT e o PSDB é principalmente a concepção que se tem da política e do governo. O PT acredita que se muda o País ocupando o Estado e através do Estado tomando as decisões, controlando mais, sobretudo a economia. O PSDB acredita mais que é preciso não ocupar o Estado e ter uma relação maior com a sociedade.”

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“Agora, entre a Dilma e o Lula, existem outras diferenças. Para a Dilma, o Estado tem que ter um papel crucial no investimento e no controle. Ela é intervencionista. Tem uma visão mais general Geisel.”

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“As pessoas percebem muito mais é como o candidato fala. O jeitão. Se transmite firmeza, simpatia, segurança. Mal sabem o nome dos candidatos. E eles vão pensar: eu confio nesse cara ou não confio? Ele falou alguma coisa que tocou no meu coração?”

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“Hoje existe um mal-estar no País. Isso favorece a oposição. Por isso, acho que temos grandes chances. Há também o cansaço de material. Fadiga. O Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, com 54% de apoio, é um dos poucos que contrariam essa tese.”

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“(O escândalo do mensalão) Não pegou porque as pessoas não estavam dispostas a ouvir. Nem a classe média. Mas ali o PT perdeu a credibilidade. O Lula não perdeu popularidade naquele momento, não sei hoje, mas perdeu a credibilidade. O mensalão arranhou muito.”