A disputa pelo voto dos evangélicos na eleição deste ano será uma das mais acirradas. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, um dos mais ativos e polêmicos articuladores políticos do meio religioso, prega: só será votado pelos fiéis o político que se comprometer em carta com um programa religioso formulado pelos evangélicos. Quarto colocado nas pesquisas de intenção de voto, o pastor Everaldo, candidato do PSC, tem poucas possibilidades de vencer, mas, empurrado pelos evangélicos, pode sair fortalecido da eleição e cobrar caro pelo seu apoio a um dos dois candidatos que chegarem ao segundo turno. Por isso, a orientação de Malafaia é clara: descarregar os votos em Everaldo no primeiro turno. Para atrair o voto evangélico para o candidato do PSC, Malafaia desenha um cenário de terror. De acordo com sua definição, a família, os valores cristãos e capitalistas e os bons costumes estão sob intenso ataque no Brasil.
Para se ter uma ideia do valor do voto evangélico, durante reunião com partidos da coligação governista na noite de quarta-feira, no Palácio da Alvorada, ficou acertada a criação de um comitê evangélico da campanha da presidente Dilma como forma de neutralizar a investidas dos adversários sobre os 50 milhões de eleitores dessa igreja. E hoje à noite, em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin participou de evento da Comunidade Sara Nossa Terra. Ao lado de José Serra, candidato tucano ao Senado Federal, o governador subiu ao palco, orou de olhos fechados, ergueu a mão direita e repetiu palavras de louvor. Em agradecimento à bênção recebida pelo bispo Robson Rodovalho, líder da comunidade, o governador, em campanha pela reeleição, discursou.