O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, revelou neste sábado um poder de fogo surpreendente para um candidato que vinha usando até aqui um tom moderado nas críticas ao governo. Durante visita à Maceió, disse que a presidente Dilma não concluiu nenhuma das obras que foram iniciadas no Nordeste durante sua gestão. Para ele, a presidente Dilma Rousseff não se preocupou com a região que lhe deu mais de 11 milhões de votos. “O Canal do Sertão está aí, sem um hectare de terra irrigado, sem levar água do canal para as cidades que estão com sede. Vemos o potencial turístico do litoral alagoano sem a obra da duplicação da AL-101, que foi uma luta nossa desde o governo de Lula”, afirmou.
Pela primeira vez, na linha mais agressiva do tucano Aécio Neves, o candidato do PSB usou exemplos contundentes, no lugar de adjetivos vagos, para atacar o governo do qual foi aliado até o ano passado. Percebeu que a moderação não o premia no Ibope, diferentemente do que ocorre com Aécio. Seu comportamento preocupa o comando da campanha do PT, pois imaginava-se que o ex-governador mantivesse o tom genérico de suas críticas, que além disso poupavam o ex-presidente Lula. Seu novo tom de ataque, como se trata de um nordestino, tem o inconveniente da forte credebilidade que inspira entre os eleitores. Trata-se de um fator novo e complicador, com o qual o time de Dilma não contava.