Aécio Neves defendeu uma política fiscal mais austera para retomar o crescimento, mas negou que tenha defendido “medidas impopulares”. Utilizou o termo “medidas necessárias”, ao ser sabatinado Folha, Uol, SBT e rádio Jovem Pan na manhã de hoje. O candidato do PSDB à Presidência dedicou grande parte de sua fala à análise do cenário econômico e prometeu recuperar a credibilidade da política econômica. Para Aécio, o país não passa confiança, principalmente para investidores potenciais. Ele mostrou-se favorável à manutenção de programas sociais como o Bolsa Família, após ajustes para adequar o projeto ao momento atual.
O tucano disse que manterá, com aperfeiçoamentos, o polêmico programa Mais Médicos, que trouxe profissionais estrangeiros, na maioria cubanos, para o exercício da medicina em zonas remotas dos centros urbanos e do interior do país. Prometeu corrigir as distorções que fazem os médicos de outras nacionalidades que participam do programa ganharem em média R$ 10 mil, e os cubanos apenas US$ 1.245 (cerca de R$ 3.000 líquidos). Parte da elite política tucana compareceu, lotou o auditório e aplaudiu seguidas vezes o candidato, que demonstrou segurança no domínio dos temas, revelando que tem se dedicado ao seu estudo. Sua principal dificuldade foi retrucar o discurso com o qual Lula atacou sua receita para corrigir os problemas – que até os petistas admitem – da política econômica da presidente Dilma. O ex-presidente critica as “medidas austeras” prometidas por Aécio como a velha fórmula do PSDB de “impor sacrifícios aos menos favorecidos”.