Vencido o período de graça proporcionado pela magia da Copa, o governo Dilma está preocupado com o humor do eleitor diante da economia, que está pior do que o previsto para a fase inicial da campanha. A Copa afastou o clima de “pessimismo”, mas o ritmo fraco da economia pode trazê-lo de volta. Teme-se que o diagnóstico dos empresários de que o país entrou numa fase de estagnação se alastre às vésperas do debate entre a presidente e seus adversários. O governo apostou num crescimento de 2% este ano, mas ele não deverá passar da metade disso. Diante do cenário adverso, discute-se que discurso econômico usar e qual seria o melhor porta-voz da presidente, diante do enorme desgaste do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ninguém aposta na sua manutenção no cargo. Nas campanhas do 2002 e 2010, esse papel de interlocutor junto ao mercado e aos empresários coube ao ex-ministro Antonio Palocci, médico de formação que revelou-se um competente conselheiro econômico. Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, foi o fiador em 2006. A escolha estaria entre Nelson Barbosa, ex-secretário executivo da Fazenda, e Aloisio Mercadante, escudeiro da presidente na Casa Civil.