Após o sepultamento do “Volta, Lula”, a presidente Dilma Rousseff (PT) mudou o estilo de campanha. Isso aconteceu por causa das pesadas críticas que recebeu do ex-presidente Lula e das lideranças do partido, seguros de que se continuasse do jeito que estava, a reeleição da candidata correria sério risco. As restrições de Lula já eram públicas. Em evento com mais de 50 empresários e banqueiros, em São Paulo, ele não se conteve e fez duras críticas ao governo. A assessoria do Instituto Lula tentou descobrir quem havia “vazado” as informações, como se fosse possível fazer confidências para 50 presentes e aquelas palavras não saíssem dali. Sabendo que Dilma é cabeça-dura, os correligionários sabiam que apenas a ameaça de perder as eleições poderia fazê-la mudar.
A mudança é ruim para Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), seus principais concorrentes. Apenas na semana que passou, Dilma teve um jantar com as lideranças do PMDB, recebeu usineiros e representantes da indústria automobilística e ainda participou de evento com a comunidade judaica. Voltou a ser Dilma “Paz e Amor”. Acessível e mais bem-humorada. Até mesmo a disputa entre Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda), nem sempre silenciosa, por conta da política econômica parece ter sido controlada. Ao menos por enquanto. Mas nem tudo é positivo para Dilma. A economia continua andando de lado e o consumo perdendo força. Sinais de que o segundo turno continua sendo o cenário predominante.