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Crime organizado declara guerra urbana em São Paulo

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A pior notícia para o governo neste final de semana não veio das páginas das revistas, há mais de um ano ocupadas por sistemáticas denúncias de corrupção envolvendo gente do esquema político do PT. Surgiu do maior ataque contra as forças de segurança de São Paulo realizado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com balanço feito às 22 horas deste domingo, 115 atentados e motins em presídios deixaram: 55 mortos (37 policiais civis, militares, integrantes de guardas metropolitanas e agentes de segurança de penitenciária e 17 bandidos), 220 reféns, 20 ônibus incendiados e 82 criminosos presos.

A imprensa internacional deu grande repercussão ao fato, tratado como verdadeira guerra urbana provocada por terroristas, cenário muito semelhante à situação que gerou o conflito armado no Iraque. O Jornal Nacional de sábado e o Fantástico, programas de grande audiência da Rede Globo, realizaram ampla cobertura dos ataques. No domingo, a violência havia de espalhado para o Paraná e Mato Grosso do Sul, com rebeliões em vários municípios.

De Viena, onde estava para uma reunião internacional, o presidente Lula pôs a Polícia Federal à disposição do governador Cláudio Lembo, que recusou a oferta determinando que as polícias civil e militar do estado ocupassem as ruas de São Paulo. A hipótese de utilização da tropa de elite das Forças Armadas especializada no enfrentamento de criminosos também passou a ser cogitada pelas autoridades. Na manhã desta segunda-feira, a guerra ao crime será o primeiro item da pauta do presidente na primeira reunião de coordenação política da semana.

Apesar de ainda faltarem quatro meses para as eleições, com Lula se apresentando como o preferido nas intenções de votos, a onda de ataques pode ferir gravemente a popularidade de um governo que na prática fez muito pouco para enfrentar um dos temas que costumam aparecer em primeiro lugar nas pesquisas sobre os mais graves problemas urbanos do país – a segurança pública.