A Varig vai acabar por conta de nossa brutal incompetência e do violento corporativismo que paralisa o país. Os interesses corporativistas da Varig, cristalizados na Fundação Rubem Berta, e a grosseira incompetência das administrações da empresa e, principalmente, do governo em tratar a questão mataram a companhia. Por seu caráter estratégico, o que deveria ocorrer era uma intervenção rápida do governo, deslocando as linhas internacionais para uma nova Varig, com capitais privados e apoio do BNDES e das empresas de leasing de aviões. Algo nos moldes do que foi feito na Suíça quando a Swissair faliu. Vale dizer também a intransigência da equipe econômica em facilitar um entendimento em torno dos créditos judiciais que a empresa tem a receber também ajudou. Assim, a morte da Varig é um retrato de que o Brasil vive no seu limite da incompetência. Como dizia Roberto Campos, não corremos o menor perigo de dar certo.