“O seqüestro do repórter Guilherme Portanova da Rede Globo e a chantagem a que foi submetida a emissora obrigada a transmitir um comunicado do PCC revelam que estamos caminhando para um novo nível de ações criminosas.
O PCC já se transformou em uma organização terrorista e, como tal, deveria ser combatida. No entanto, enquanto São Paulo e o governo federal batem boca e o mercado nos premia com o menor risco-país da história, a violência continua sendo (mal) tratada na esfera policial. Infelizmente, o tema não é policial e a reação oficial está ao mesmo nível da aterrorizada declaração do ministro da Justiça. O PCC utiliza instrumentos semelhantes ao Hizbollah e ao Al Qaeda: atentados, execuções e seqüestros e comunicados.
O caminho para a situação piorar muito está aberto e começa a ser pavimentado. Enquanto a política se envolve com mensaleiros, sanguessugas e saúvas, o crime organizado vai crescendo e paralisando o país. Evidentemente, o episódio com o repórter é mais uma péssima notícia para Geraldo Alckmin.
São Paulo não consegue conter a onda de crimes e a ousadia dos bandidos aumenta cada vez mais. Notícia ruim para Alckmin, não é necessariamente boa para Lula. Segurança pública é assunto nacional. Um problema para os dois principais candidatos, o acirramento da situação pode acabar beneficiando a senadora Heloísa Helena.”