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O primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita

O primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV foi marcado pelas apresentações e pelo tom ameno entre os candidatos. Não houve ataques mútuos.


Heloisa Helena (PSOL) foi a primeira. Um programa básico, sem muitas novidades. Por conta do pouco tempo, não pôde falar muito. Algumas vezes, o sorriso ficou fora do lugar. Outras, caía no lugar-comum das palavras de ordem. Para quem gosta dela, nenhuma novidade. O programa de Heloísa Helena, como esperado, foi o mais agressivo apesar de temperado com palavras amáveis e de cunho moral-religioso.


Cristovam Buarque (PDT) abriu sua participação se apresentando como candidato da educação. Com um pouco mais de tempo do que a senadora Heloisa Helena, além de abordar o tema principal de sua campanha, fez breve apresentação de sua carreira política como reitor na Universidade de Brasília, governador do Distrito Federal, Senador e ministro da Educação. Foi um programa inovador cujo ponto fraco foi o jingle utilizado. Cristovam pareceu excessivamente maquiado.


Geraldo Alckmin (PSDB), com o maior tempo entre os candidatos, teve oportunidade de detalhar melhor sua trajetória política. Apresentou resultados de sua gestão como governador de São Paulo. Ao invés de vinculações com a gestão de Fernando Henrique Cardoso, preferiu colar-se ao ex-governador Mário Covas (falecido em 2001). Também aproveitou para apresentar algumas propostas de campanha, como desenvolvimento e temas sociais. Programa de boa qualidade técnica. Usou muitas imagens do programa partidário do PSDB veiculado em junho. Uma boa opção que pode dar certo. Não atacou Lula e explorou sua imagem de bom moço.


Lula (PT), além de sua trajetória de sindicalista à presidente da República, apresentou os resultados de seu governo, como balança comercial e queda do risco-país. Colocou-se para o eleitor como o candidato do futuro. Procurou não atrelar sua imagem à do PT. Programa de boa qualidade técnica. Os jingles de abertura e de encerramento (ritmo nordestino muito triste de início) não foram as melhores escolhas.


Nenhum dos programas dos candidatos líderes trouxe novidades. Os programas dos candidatos intermediários também não tiveram grande impacto. Ainda é cedo para esperar grandes mudanças nas pesquisas. Mas a pesquisa Ibope/TV Globo, a ser divulgada na sexta, já pode trazer algum reflexo do debate, da propaganda partidária e das inserções no rádio e na TV.