Análise da pesquisa Datafolha
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Análise da pesquisa Datafolha no Broadcast

São Paulo, 23 – O resultado da pesquisa Datafolha divulgada ontem, que mostrou uma alta nas intenções de votos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 47%, no início de agosto, para 49%, evidencia ainda mais o favoritismo do candidato à reeleição e joga mais pressão sobre o tucano Geraldo Alckmin, que também oscilou positivamente, de 24% para 25%. A opinião é do analista da Arko Advice, Cristiano Noronha. Segundo o executivo, a ligeira queda no porcentual de votantes na senadora Heloísa Helena (PSOL), que passou de 12% para 11%, sugere que a ex-petista está próxima do seu teto, fato que dificulta ainda mais a realização de um segundo turno. “Com isso, a responsabilidade de levar a eleição para um segundo turno pode recair exclusivamente sobre Alckmin, o que dificulta ainda mais sua missão”, diz, lembrando o pequeno espaço ao qual tem direito a senadora Heloísa Helena no horário gratuito em TV e rádio. Para Noronha, ao menos que haja uma guinada nas estratégias das campanhas dos oposicionistas, dando uma maior ênfase nas críticas ao governo federal e ao presidente da República, as chances da eleição caminhar para o segundo turno são mínimas. “É bom lembrar que, em junho, quando o PFL bateu fortemente na tecla da corrupção nas inserções a que teve direito, o candidato Alckmin chegou a atingir 30%”, afirma. Se o cenário já não fosse ruim para Alckmin e os demais concorrentes, Noronha ainda lembra que, segundo o Datafolha, 74% dos entrevistados já decidiram seu voto e, além disso, 52% dos ouvidos consideram o governo Lula ótimo ou bom e 34% o avaliam como regular. “Esses dados, quando olhados em conjunto, mostram que a fatia de eleitores que ainda pode ser conquistada é pequena e que o presidente ainda tem espaço para crescer, ou seja, não atingiu o seu teto”, analisa. Noronha ainda ressalta que Lula tem o potencial aumentado quando se olham os próximos eventos governamentais que ocorrerão até o fim do ano. De acordo com o analista, são três as ações de governo que podem elevar as intenções de voto no presidente: a antecipação do 13º para os aposentados, que atinge diretamente 18 milhões de eleitores, a reunião do Copom na próxima semana, que pode determinar mais uma queda da Selic e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve autorizar o pacote de medidas para redução do spread bancário. “Não há no horizonte qualquer má notícia para o governo, pelo contrário. Portanto, uma mudança nos patamares de intenção de voto, depende cada vez mais de uma ação do Alckmin”, finaliza. (Thiago Velloso)