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Lula fez barba, cabelo e bigode


Lula conseguiu vencer Geraldo e o prognóstico dos videntes (que diziam que seu opositor ia vencer) por larga margem de votos. Deu a lógica. Lula confirmou o seu favoritismo e uma tradição das eleições presidenciais recentes no Brasil: quem começa o período da propaganda eleitoral liderando, ganha a eleição. Lula nunca perdeu a liderança.


 


Geraldo nunca conseguiu fazer uma campanha consistente. Ameaçou subir em junho, para devolver quase tudo em julho. Subiu de novo em setembro, voltando ao jogo.  Depois, somente viabilizou a sua ida ao segundo turno por conta do dossiê Cuiabá. Sem ele, Lula teria liquidado a fatura no primeiro turno.    


 


No segundo turno, Geraldo achou que ia subir no embalo. A paralização  da campanha -erro que José Serra também cometeu, cortou a tendência. A campanha de Lula no segundo turno, salvo os dois debates (Bandeirantes e Rede Globo) foi muito bem feita. Lula teve melhor propaganda eleitoral e, ainda, conseguiu emparedar Geraldo Alckmin com a discussão sobre o fim da Bolsa Família e o reinício da privatização. Alckmin não conseguiu impor o seu discurso e, quando foi mais agressivo, não acertou o tom ideal.


 


Lula não foi bem nos debates. Porém, Alckmin não chegou a ser espetacular. Além do mais, os debates não tiveram a condição de sensibilizar o eleitorado. Nunca houve uma situação em que Lula fosse desmoralizado de forma cabal. Em especial, para o eleitorado mais humilde.


 


De certa forma, o debate mais importante foi aquele (último do primeiro turno)  que Lula não foi. Sua ausência gerou tanta repercussão que contribuiu, juntamente com as divulgação das fotos do dinheiro do dossiê Cuiabá, para que houvesse o segundo turno.


 


Lula abusou de factóides e nunca chegou a ser desmentido de forma clara pela oposição. Além do mais, a oposição nunca conseguiu falar para o povão de forma direta. Dizem que algumas pesquisas apontaram dificuldades no eleitorado menos educado em entender o discurso de Geraldo. 


 


No entanto, o problema não era apenas  o discurso do candidato. A coligação PSDB-PFL não têm discurso para as camadas populares. Além do mais, deixaram Lula se apropriar da paternidade dos programas sociais criados no PSDB, bem como da política de estabilização da economia. Sem reação.


 


Lula conseguiu vender  a idéia de que antes dele nada prestava. O PSDB caiu na armadilha. A conjuntura econômica razoável, as doses maciças de assistencialismo, a máquina estatal e o carisma de Lula fizeram o resto.