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Jáder e a sociologia política no Brasil


O deputado federal Jader Barbalho (PMDB/PA) esta em campanha para ser presidente do seu partido. A seu favor, a boa coordenação do PMDB governista na campanha de Lula e o fato inquestionável de que ele foi decisivo para o PT ganhar o governo do Pará com Ana Júlia. 


 


Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou por unanimidade denúncia criminal contra ele. Acusado de peculato pela Procuradoria da República, Jáder era ministro do Desenvolvimento Agrário, no governo Sarney, ao tempo do fato. A denúncia foi por causa da desapropriação de uma fazenda em Parintins, no Amazonas.


 


Em conseqüência, Jáder foi alvo de  artilharia pesada do Jornal Nacional na sexta-feira. A ponto do seu jornal, o Diário do Pará, acusar os rivais de O Liberal como artífices da matéria. Santa inocência! Como fosse difícil relembrar a extensa folha corrida do deputado.


 


Afora as especulações viajantes, o fato é que a denúncia pode dificultar o plano de Jáder assumir o comando do PMDB em lugar de Michel Temer. Por outro lado, o episódio, bem como seu currículo, não diminui a sua influência junto ao presidente nem a gratidão de Lula e Ana Júlia pelo seu apoio e coordenação.


 


São coisas da política brasileiro. Ninguém é tão honesto que não possa ser, algum dia, considerado ladrão. Nem tão ladrão a ponto de um dia poder ser considerado honesto. Nem tão inimigo a ponto de, algum dia, ser amigo. E vice-versa. Ou não, como diria Caetano Veloso.