Circularam na semana passada rumores de que José Serra estava articulando a criação de um novo partido. Matéria da Folha de São Paulo, comentada por min, foi enfática sobre o fato. A informação foi desmentida por ele dos Estados Unidos.

Mesmo tendo sido desmentida, ficou a dúvida: José Serra poderia criar um novo partido para concorrer à Presidência da República em 2010? A resposta é sim. Mas não deve fazê-lo.

Para José Serra, essa seria uma alternativa inviável. Isto porque a legislação eleitoral diz que o tempo de TV e os recursos do fundo partidário são distribuídos de acordo com o número de deputados federais eleitos. Se criasse um novo partido, Serra teria pouco dinheiro e tempo de televisão. Uma situação muito similar ao PSol da senadora Heloisa Helena.

Seria mais fácil Serra liderar uma reaglutinação de partidos, onde pelo menos um deles tenha atingido a cláusula de barreira. Caso contrário, seria como Michael Schumacher disputar a Fórmula 1 com um fusquinha.

Outra caminho para o governador eleito de São Paulo, caso ele queira concorrer à Presidência da República e não tenha o apoio do PSDB, será filiar-se a uma outra legenda.

No momento, o que Serra quer mesmo é criar um bloco de poder dentro do PSDB que possa se opor a uma eventual aliança Alckmin-Aécio-Tasso.

Para tanto, Serra gostaria de atrair nomes como Fernando Gabeira, Gilberto Cassab, Roberto Freire, Jarbas Vasconcellos e outros para reforçar seu time no partido.

O certo é que José Serra movimenta-se para ganhar espaços no PSDB. paratal, terá que conquistar apoios internos e reforçar o quadro do partido. Porém, o mais importante de tudo é criar uma discurso politico eficiente e acreditável para que derrote Aécio na disputa pela primazia de ser candidato presidencial dos tucanos em 2010.