Depois de visitar Buenos Aires, Juan Antonio Yáñez-Barnuevo, enviado do rei da Espanha para “facilitar” o diálogo entre a Argentina e o Uruguai no conflito das indústrias de celulose se reunirá hoje em Montevidéu com um funcionário da Chancelaria uruguaia.
Diferentemente do que aconteceu na Argentina, onde Yáñez-Barnuevo foi recebido pelo Presidente Néstor Kirchner e pelo Chanceler, Jorge Taiana, em Montevidéu o emissário de Juan Carlos I não se reunirá nem com o Presidente Tabaré Vázquez nem com o Chanceler Reinaldo Gargano.
Yáñez-Barnuevo apenas manterá uma audiência com o Secretário Geral do Ministério das Relações Exteriores, José Luis Cancela.
Uma das razões para a diferença de tratamento concedido ao Embaixador espanhol é que as atenções do Governo uruguaio estão focadas nas gestões que realiza em Washington para assegurar o crédito do Banco Mundial para a empresa finlandesa Botnia, responsável pela construção da fábrica de celulose, cuja definição foi postergada para a próxima terça-feira.
Outro motivo para o aparente descaso com a visita do emissário é que desde o anúncio da mediação do rei espanhol no conflito, o Uruguai demonstrou que a gestão seria uma manobra argentina para ganhar tempo e com pouca probabilidade de sucesso.
O Embaixador Cancela, durante a reunião com Yáñez-Barnuevo, focará nos temas principais do conflito com a Argentina, que são os bloqueios das rodovias que ligam os dois países, protagonizados pelos habitantes da cidade argentina de Gualeguaychú e que ameaçam repetir-se durante o verão.
Cancela insistirá também que as indústrias que serão construídas na cidade fronteiriça de Fray Bentos não causarão impactos negativos ao meio ambiente e que a abordagem Argentina nunca teve mérito.
A tendência para o conflito é de que, baseado nos resultados positivos da falta de ameaça ambiental das indústrias a serem instaladas no Uruguai, a Argentina seja derrotada no Banco Mundial e na OMC e que a gestão do rei Juan Carlos I seja delegada a um longínquo segundo plano.
A iminente aprovação dos créditos a Botnia pelo Banco Mundial representa uma vitória considerável do Uruguai na contenda com a Argentina, visto que o Governo Kirchner se empenhou ao máximo para impedir a concessão dos financiamentos.
Fonte: Arko América Latina. Distrubuido pela Agencia Estado.