O Senado aprovou nesta terça-feira o Projeto de Lei 262/06, de autoria do Senador Efraim Morais (PFL-PB), que prevê a concessão, pelo Programa Bolsa-Família, de 13º salário aos beneficiários do programa.
Por aumentar os gastos públicos, este projeto encontra resistência junto à equipe econômica. Porém, como o governo não tem uma maioria folgada no Senado e politicamente não havia argumento para se votar contra, o projeto foi aprovado.
Agora a matéria segue para exame da Câmara dos Deputados. Lá, a expectativa é que o governo atue para segurar sua tramitação.
Notadamente, o PFL busca fazer bondades com o chapéu alheio. Se fosse governo, não teria esta iniciativa.
Estrategicamente, o projeto pode beneficiar o partido. Especialmente na região Nordeste, onde o Bolsa Família atende o maior número de pessoas e onde o partido teve derrotas importantes.
Se o projeto for aprovado, o partido sinaliza preocupação com o social e pode faturar eleitoralmente. Se não for, pode acusar o governo de ter trabalhado contra. Além disso, como aconteceu com o PSDB, o PT não poderá afirmar que o PFL, uma vez no governo, poderia acabar com o Bolsa Família.
Esta iniciativa pode ser vista como um dos primeiros gestos do PFL de preparar seu caminho para a sucessão de 2010, quando o partido pretende concorrer ao Palácio do Planalto com candidato próprio.