A seguir, trechos da publicação Risco Geopolítico Regional, elaborado pela Arko Advice (Escritório Porto Alegre): Situação política e econômica Governo estável e sob controle do presidente Kirchner na consecução do seu projeto político. Kirchner vem mantendo reuniões com os empresários para garantir que o controle de preços até o final de 2007, quando se encerra a sua gestão. A Economia mantém seu nível de crescimento e os passos estão sendo dados no sentido de atrair investimentos externos, principalmente da Europa. Recentemente a visita do chanceler belga à Argentina reforçou esse esforço.
Ameaças domésticas
Embora já se configure a formação de uma oposição com vistas às eleições de 2007, o principal rival do presidente está dentro do próprio partido. Duhalde tem se comportado como concorrente, mas não tem demonstrado forças suficientes para atrair aliados que possam tirar o presidente de sua posição privilegiada. Além disso, o presidente tem como vantagem o fato de a oposição estar dividida. O nome de sua esposa, Cristina Kirchner como possível candidata dificilmente se concretizará. Kirchner busca dispersar ataques contra ele e busca apoio popular para legitimar sua candidatura, por isso ventila-se o nome de Cristina.
Ameaças externas
O contencioso das papeleiras com o Uruguai ainda permanece no topo da agenda externa Argentina. Os últimos movimentos de Kirchner conseguiram retardar o empréstimo que o Banco Mundial faria a Botnia, empresa finlandesa responsável pela papeleira, para dar continuidade a construção da planta. O retardo não durou muito, e a concessão do empréstimo acabou sendo um duro golpe para os argentinos. Com relação à Bolívia, a renegociação do preço do gás foi resolvida juntamente com um tratado assinado para a construção de gasodutos e atração de investimentos que, segundo anunciado, chegarão à ordem de dois bilhões de dólares, sendo um bilhão apenas para a infra-estrutura na Bolívia. No acordo, ficou acertado que a Argentina não poderá revender gás boliviano para o Chile.
Prognósticos
Como a política externa Argentina está voltada para o projeto político pessoal de Nestor Kirchner, os prognósticos são de que em política externa o presidente garanta sua posição independente, sem participar de blocos ou grupos, mesmo que o governo possa ser visto como mais um de esquerda na América do Sul. A renegociação do gás com a Bolívia tenderá a colocar o país no mesmo patamar de importância que o Brasil, em termos de investimento, e no mesmo grau de influência que a Venezuela, ainda mais que a Argentina fechou acordo com a Rússia para a instalação de uma fábrica de armamentos nos mesmos moldes do assinado entre Venezuela e Rússia, o que poderá colocá-la numa posição em que, no futuro médio, projete poder no subcontinente. O nome de Cristina Kirchner como possível candidata presidencial é uma excelente estratégia de Kirchner para conseguir apoio popular que legitime a sua candidatura.
Nível de risco
Baixo