Segundo estudo divulgado, ontem, no Jornal Valor Econômico, as exportações brasileiras para a América do Sul cresceram mais que as exportações norte-americanas para os países da América do Sul.
O dados revelaram que as exportações somaram U$ 21,171,500.00. As exportações dos EUA somaram U$ 27,277,400.00. Por mais que as exportações americanas ainda sejam maiores que as brasileiras, o crescimento brasileiro de 2005 para 2004, foi de 35,18% e de 2005 para 2002, foi de 183,44%. O crescimento americano foi bem inferior. No primeiro caso foi de 26,80%, já no segundo de 65,42%.
O que tem despertado atenção é que mesmo com o volume superior das exportações dos EUA, as exportações brasileiras têm apresentado um ganho significativo. A cada ano a diferença tem se reduzido. Por exemplo, mesmo levando-se em conta o TLC entre EUA e Chile que aumentou o Comércio deste país com os norte-americanos, o crescimento brasileiro no ano passado foi próximo, 43% para os americanos e 42% para os brasileiros.
Porém, apesar desse desempenho, fica no ar uma questão. As assinaturas dos TLCs que os EUA projetam sobre a América do Sul afetariam diretamente o Brasil. No momento em que se concretizarem os Acordos com Colômbia e Peru e os demais tratados com os países do subcontinente saírem do papel, como o caso Equatoriano e Uruguaio, o Brasil precisará de uma saída para fazer frente às relações comerciais entre os EUA e estes países. Com certeza perderá espaços, o que refletirá automaticamente nas exportações.
Em 2002, quando o TLC Chile-EUA foi firmado, as vendas para o Chile aumentaram 4%, no ano seguinte 33% e, em 2005, 43%. Ou seja, o crescimento foi de, aproximadamente, 1400%, graças ao acordo.
O Brasil tem aumentado suas exportações, mas não se vislumbrou ações que vão além das questões comerciais. É necessário que o país pense também nas ações políticas que podem garantir um campo propício para que as exportações não sejam prejudicadas pela estratégia dos EUA.
O próprio diretor do departamento de Comércio Exterior da FIESP, Roberto Giannetti, afirma que não está seguro com relação ao futuro. Como assinala, com os acordos e a desvalorização do dólar, quem exporta a partir dos EUA ficou mais competitivo.
Percebe-se, que há uma série de questões que depende exclusivamente de uma agenda de política externa, com a criação de mecanismos que beneficiem às exportações brasileiras. Um bom exemplo é o Convênio de Crédito Recíproco que o país tem com a Argentina, o qual cria vantagem ao exportador brasileiro, pois faz, via Bancos Centrais, compensações às transações realizadas
No caso, devem ser definidas regiões prioritárias com análise dos mercados, seus potenciais crescimento, os dos produtos que podem ser exportados, bem como os o concorrentes imediatos, como os chineses. Além disso, é necessário que o governo pense uma política de investimentos e não apenas na questão da exportação.