O sucesso do Inter é produto de uma gestão profissional do futebol do clube e merece ser pauta da revista Exame.  A vitória em Tóquio não ocorreu por acaso. Houve um bem cuidado planejamento e uma boa dose de coragem ao lançar Alexandre Pato com apenas um jogo como jogador profissional.  

Além do mérito de Abel Braga, vale destacar que o Inter é um dos clubes mais bem organizados do país. Fernando Carvalho, presidente do Inter, recuperou o financeiramente clube, ganhou títulos  e estabeleceu uma bem sucedida máquina de vender jogadores. Está conseguindo gerenciar suas dívidas e, dizem, que não deve muito. Quase nada em comparação ao meu Botafogo, por exemplo.  

Antigo dirigente da categoria de base de seu clube, Carvalho sabia da importância de produzir atletas. Quando assumiu a presidência, deu amplo apoio à produção de atletas. Assisti de perto o funcionamento dessa estrutura quando meu filho, Lucas, jogou nos juvenis e juniores do clube.

Nos últimos anos, o Inter vendeu para o exterior diversos jogadores, a saber: Diogo Ricon, Marcelo Labarthe, Daniel Carvalho, Nilmar, Rafael Sóbis, entre outros. Garantiu receita para o clube e não cometeu loucuras em contratações milionárias.

Mesmo vendendo, não deixou de formar atletas para o time principal, como Alexandre Pato e Luiz Adriano. Outros craques do Inter estão brihando em outros lugares, como Rodrigo Paulista (Figueirense)  e André Moritz (Fluminense). Alguns foram dispensados, pois são muitos de bom nível.

A venda de atletas não impediu que o Inter ganhasse o Mundial de Clubes e a Libertadores, além de dois vice-campeonatos nacionais. O segredo é uma boa estrutura técnica e profissionalizada, salários em dia e contratações feitas com o pé no chão.  

Além de Fernando Carvalho, dois outros nomes merecem destaque. O vice-presidente de futebol, Vittorio Pífero,   Nilton Drummond, diretor de futebol. Estão de parabéns pelo belíssimo trabalho e espero que o exemplo de organização e seriedade do Inter seja seguido por outros clubes e pela CBF.