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Eleição da Câmara: ponto para Chinaglia


Nesta terça-feira (09/01), o PMDB decidiu apoiar Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. Com isso, sua candidatura torna-se praticamente irreversível e assume a condição de favorita. Ou seja, ficou mais difícil ainda uma definição até o dia 20 de janeiro, conforme gostaria o presidente Lula, pois Aldo também não desistirá com facilidade.


O principal interessado na decisão do PMDB de apoiar o PT é o presidente da sigla, Michel Temer (SP). Como Chinaglia se comprometeu, por escrito, a apoiar um candidato do partido para a presidência da Câmara para o biênio 2009-2010, Temer acredita ser uma boa oportunidade para ele assumir novamente o comando da Casa. Outros nomes da bancada, como Eunício Oliveira (CE) e Geddel Vieira Lima (BA) também estão de olho no posto. Por isso, também trabalham a favor de Chinaglia. Temer também aposta numa postura mais governista para que o Palácio não trabalhe para retirá-lo da presidência do PMDB. A eleição está prevista para março.


Além disso, a bancada do PMDB na Câmara luta por mais espaço no governo. Acha que a do Senado tem muito mais trânsito junto ao Palácio do Planalto. Neste sentido, a decisão fortalece ainda mais a bancada do PMDB na Câmara, pois mostra solidariedade com o PT e compromisso com o governo. Desta forma pode colaborar para uma queda na resistência petista à maior participação do PMDB no governo.


Porém, é importante ressaltar que dos 89 deputados do PMDB, Chinaglia conseguiu o apoio de 46. Aldo teve 11 votos. Ou seja, não há garantias de que o partido vote majoritariamente em Chinaglia. Apesar de o candidato do PT ter conseguido a adesão de parte do PMDB, Aldo continua no páreo. Tem o apoio da oposição (PSDB e PFL), de 17 governadores (que podem mobilizar suas bancadas a favor de seu nome), e de outros partidos da base aliada, que insistem em conter a fome petista por mais cargos.


Por fim, vale ressaltar que Aldo Rebelo está ressentido pelo uso da máquina do governo em favor de Chinaglia. Houve liberação de emendas para parlamentares do PMDB, bem como promessas de cargos no segundo escalão. Com isso, em caso de vitória, o atual presidente da Câmara poderia assumir uma postura mais independente em relação ao governo.