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Base política mal costurada

Considerando o padrão de gestão política de Lula, atritos, divisões e disputas serão normais de ora em diante, a exemplo do que houve no primeiro mandato.


                                                                                                                                                    


Apesar do imenso poder de sua caneta orçamentária e de sua excepcional popularidade, Lula não consegue evoluir na esfera política de forma adequada e compatível ao seu prestígio e, sobretudo, o seu potencial.


 


Fazendo uma comparação generosa, o governo é como um fórmula 1 que anda a 150 quilômetros por hora e acha que é muito.


 


Por desprezo à dinâmica das negociações políticas ou por inaptidão, o fato é que existe muita incompetência.


 


O episódio da candidatura de Arlindo Chinaglia é exemplar. A má condução da questão desestabilizou a base aliada, que se dividiu em duas frentes.  Um dado negativo para quem foi reeleito e inicia o seu segundo mandato coberto de glória, verbas e prestígio popular.


 


Uma parte dessa base (PMDB, PT, PP, PR – ex-PL – e PTB) se uniu a favor do candidato petista. A outra começa a adotar uma postura no mínimo mais crítica com relação ao governo, especialmente com o PT.


 


PSB e PCdoB, que juntos somam 40 deputados, ensaiam um comportamento mais independente neste segundo mandato do presidente. Tentam atrair ainda o PPS e o PDT, que têm 22 e 24 deputados respectivamente. Se conseguirem, serão 86 votos na Câmara.


 


É pouco provável que estes partidos tenham comportamento de oposição. No entanto, com uma base fragmentada, aumenta a dependência do governo em relação ao PMDB.