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SE GOVERNO FOR MINIMAMENTE COMPETENTE PAC SERÁ APROVADO

Segunda parte da entrevista ao Broadcast da Agência Estado às jornalistas Luciana Xavier e Elisabeth Lopes:


São Paulo, 23 – O cientista político Murillo de Aragão, presidente da Arko Advice, não acredita que o governo terá muita dificuldade em fazer passar as medidas que dependem de aprovação do Congresso Nacional, apesar das críticas ao pacote e de a oposição ter sinalizado que poderia barrar as medidas.


“Se o governo for minimamente competente, ele consegue aprovação. O governo tem maioria”, afirmou em entrevista ao Broadcast Ao Vivo. “O problema é que o governo tem tido um histórico de trapalhadas políticas que todo mundo conhece”, observou em entrevista ao Broadcast Ao Vivo.


No programa estão sete medidas provisórias, dois projetos de lei complementar e sete projetos de lei ordinária, entre elas a MP 347/07, que trata da utilização do FGTS para investimentos em infra-estrutura. “Não vejo impedimento incontornável (para aprovação)”, avaliou.


Segundo ele, o que poderá haver é alguma batalha na esfera judicial, visto que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, disse ontem que iria protocolar hoje no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação contra a proposta, que prevê utilização de até 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores em projetos de infra-estrutura. “Dentro do Congresso, as possibilidades de aprovação são consistentes”, garantiu.


A discussão do PAC, no entanto, não deve acontecer até que se resolva a disputa pelo cargo à Presidência da Câmara, na qual estão Aldo Rebelo (PCdo B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). “O PAC só será discutido seriamente a partir de março”.


O cientista político avalia que a aprovação do PAC poderá ser mais difícil no caso de uma eventual vitória de Fruet. “Se Gustavo ganhar a situação fica trabalhosa. Com Arlindo ou Aldo é uma questão de gestão”, explicou.


Aragão disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “consumindo seu capital político e não está conseguindo controlar o fogo amigo”. “Espero que Lula tenha condição de aproveitar melhor sua popularidade”, disse. Segundo ele, Lula poderia ter aproveitado sua popularidade para avançar mais nas medidas.