A bancada evangélica na Câmara, conforme informa Lúcio Vaz (vide nota anterior), perdeu densidade. Afetada pelos dois grandes escândalos (Sanguessugas e Mensalão) da legislatura passada, a bancada evangélica encolheu, teve sua liderança dizimada. A poderosa Igreja Universal foi reduzida de 18 parlamentares para apenas cinco.
Pelo envolvimento nos escândalos, a bancada ficou marcada com a pecha de fisiológica e clientelista. Assim, além de gerenciar a perda de tamanho, a bancada deveria ter a prioridade de melhorar a imagem do grupo dentro do Congresso.
Sendo conhecidos como puramente clientelistas e fisiológicos, o poderio da bancada que poderia atuar em questões críticas como a educação, saúde, planejamento familiar, drogas, entre outros temas, fica muito limitado.
No entanto, além do karma da corrupção, a bancada evangélica não tem liderança nem unidade de ação. Si quer uma agenda.
Além do mais, fica complicado juntar na mesma ação política denominações de peso, de conteúdo e de tradição como batistas, luteranos e membros da Assembléia de Deus, com integrantes de denominações envolvidas em práticas nada ortodoxas.
O novo líder do PFL, Ony Lorrenzoni, que é membro da Igreja Luterana, pode ter peso e influência para reorganizar a ação dos evangélicos no Congresso em torno de uma pauta relacionada aos valores cristãos. Porém, será uma tarefa muito difícil. Entre o verbo e a verba, a maioria fica com o segundo.