Inegavelmente, Mata Suplicy foi muito útil para o presidente Lula durante o segundo turno da eleição presidencial do ano passado. E ela é hoje uma liderança expressiva do PT nacional. Inclusive com alguns aliados no Congresso, como os deputados Cândido Vacarezza e Paulo Teixeira.

No entanto, pelo seu comportamento às vezes mercurial, na linha de figuras como Ciro Gomes e Itamar Franco, a receptividade ao seu nome junto a ministros já confirmados não é das melhores.

Todos sabem que no governo Lula o papel de mulher competente, dura e temperamental já está ocupado por Dilma Rousseff. É complicado escalar duas jogadoras com estilo idêntico no mesmo time.

Por gratidão, Lula deveria nomear Marta. Gratidão, no entanto, é um conceito raramente levado em conta na política. O que vale nesse jogo é interesse. Se Marta Suplicy for mais útil no governo do que fora, será ministra.

Caso contrário, terá que preparar seu retorno à prefeitura de São Paulo e/ou trabalhar seu nome no partido como opção para a sucessão presidencial em 2010.

Lula, além de não estar certo do convite a Marta, não sabe onde colocá-la. Ela quer a Educação. Mas fala-se que durante encontro com o PSB na tarde de hoje, o presidente teria dito que Fernando Haddad continuará na equipe. O Ministério das Cidades o PP não quer largar. E os deputados do PMDB querem a Saúde.

Lula deve estar muito triste com o fim do carnaval. Mas se ele quiser, precisar muito, ainda pode esperar a Semana Santa (2 a 6 de abril).