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O pragmatismo de Lula na eleição do PMDB

Entrevista concedida por mim hoje ao noticioso da Agência Estado (Broadcast) – Parte 1 de 2:


18:09 MURILO ARAGÃO: LULA FOI PRAGMÁTICO NA ELEIÇÃO DO PMDB


São Paulo, 7 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou de pragmatismo ao perceber que a eleição do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim para o comando do PMDB não se viabilizaria e passou a trabalhar com a reeleição do deputado Michel Temer (PMDB-SP), buscando assim, pelo menos 80% do apoio do partido dentro do Congresso Nacional. A análise é do cientista político e presidente da Arko Advice, Murilo Aragão.


“Agora, o presidente Lula terá que partir para a negociação e acertar com a maioria do PMDB para ver os projetos aprovados no Congresso”, disse o analista à Agência Estado. “A queda de Jobim não deve ser interpretada como uma derrota do presidente. Lula aprendeu com os episódios das tentativas de reeleição de José Sarney, no Senado, e de João Paulo Cunha, na Câmara, que não é negócio apostar de um lado e rachar um partido.”


Segundo Aragão, é de se esperar que, se atendidas as exigências de Temer, o PMDB na Câmara poderá ser um aliado do Palácio do Planalto. “Isso se resolve com negociação”, insistiu.


Não serão poucas as exigências dos deputados, observa o analista, mas o governo poderá usar de um “mosaico montado a partir de cargos” para atender a todos os pleitos. “Muitas vezes, vários cargos do segundo ou terceiro escalão incluídos numa negociação compensam um Ministério”, exemplificou, ao lembrar que o mesmo valerá para os governadores, que também tentarão emplacar ministros na reforma a ser anunciada em breve. (Jander Ramon)