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Visita de Bush prioriza etanol
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A visita de George Bush ao Brasil

Segue segunda parte da minha entrevista concedida hoje ao noticioso da Agência Estado (Broadcast):


19:03 ARAGÃO: VISITA DE BUSH PRIORIZA ETANOL E NÃO CONTRAPOSIÇÃO A CHÁVEZ


São Paulo, 7 – O cientista político e presidente da Arko Advice, Murilo Aragão, vê a visita do presidente George W. Bush ao Brasil como uma ação política “tática”, voltada a viabilizar uma alternativa energética de abastecimento de combustíveis ao mercado norte-americano, mais do que qualquer iniciativa para se contrapor politicamente ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, no continente sul-americano.


“O problema dos Estados Unidos é combustível, garantia de fornecimento de longo prazo. A estratégia para o Iraque não deu certo e há sérios problemas no Oriente Médio e, por isso, é fundamental buscar outras fontes de abastecimento para o consumo de massa daquele país”, comentou Aragão à Agência Estado.


Na visão dele, o governo norte-americano identifica na liderança brasileira para produção do etanol uma alternativa viável para a sustentabilidade energética. E, nesse caso, de muito maior peso político do que qualquer disputa com o adversário venezuelano. “Se, além de obter uma alternativa de fornecimento de combustível, Bush conseguir enfraquecer a imagem de Chávez, melhor para ele. Mas esse não é o foco da visita”, analisou.


Também poderá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva valer-se da superexposição internacional que viverá nos próximos dias, com a visita. Mas não a ponto de se tornar uma contraposição ao colega venezuelano.


“Os Estados Unidos buscam formar um grupo de países, caso de Paraguai, Peru, Chile e Uruguai, em uma frente anti-Chávez, mas não pretende ver o Brasil nesse conjunto. Ao Brasil cabe manter sua posição soberana, de uma liderança econômica da região”, opinou. “Chávez é uma liderança que coloca dinheiro em outros governos, mas não compra nada, enquanto Lula está ancorado na capacidade de compra, de adquirir produtos e favorecer a corrente de comércio, sem ter que dar dinheiro para nenhum governo”, salientou. (Jander Ramon)