É destaque de hoje na Agência Estado a entrevista de Murillo de Aragão, que acompanha a reunião anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), na Guatemala. O cientista político ministrou uma palestra a investidores e banqueiros em um evento paralelo promovido pela Merrill Lynch, banco de investimentos norte-americano.
Segundo ele, o Brasil é ainda um bom mercado para os investidores e não há a expectativa de qualquer crise a curto prazo. “Nem os movimentos do presidente venezuelano Hugo Chávez que causaram um certo embaraço na América Latina afetaram a imagem do Brasil”, avaliou.
Entre os destaques do país aos olhos do mundo, o cientista apontou a firme condução do Banco Central na política monetária e cambial; a existência de reservas acima de U$ 100 bilhões; a manutenção da política fiscal de promoção do superávit primário elevado e o favorável ambiente para investimentos.
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é o principal alvo de críticas, de acordo com Aragão. “É tímido e centrado na gestão pública quando deveria atacar problemas estruturais para investimento privado no Brasil”.
O cientista também enfatizou a repercussão do anúncio do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao periódico Emerging Markets de que irá enfrentar a reforma trabalhista. “Vi um misto de entusiasmo e ceticismo dos investidores, que preferem aguardar a confirmação dessa reforma”.