O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, João Bernardo Bringel, reagiu com dureza à campanha Xô, CPMF, lançada na sexta por empresários paulistas. Nada de mais. Seria estranho, ainda que altamente louvável, que o secretário defende-se o fim da CPMF e o corte gradual de despesas. Bringel não inova em ser contra o fim da CPMF. Nem inova em não propor soluções em substituição à CPMF.
Em um país onde a sociedade é subalterna aos interesses do estado, Bringel tem como prioridade ter recursos para pagar as contas do governo. O ministério do Planejamento há muito deixou de planejar para ser o guichê de pagamento das despesas públicas.
Entretanto, como empregado do povo brasileiro, Bringel deveria ser menos arrogante e respeitar o movimento. Não deveria fazer ironias nem lançar desafios. Deveria ter a humildade de reconhecer que a carga tributária è excessiva e que reconhece a legitimidade de o empresariado se organizar contra a CPMF. Caso fosse verdadeiramente sincero, reconheceria que o estado é perdulário, desperdiça recursos e, ainda, é profundamente ineficiente.
Cabe ao estado, que é empregado da sociedade, encontrar soluções caso o Congresso decida pela não renovação da CPMF ou pela queda gradual de sua alíquota. Faz parte do jogo democrático. A declaração de Bringel foi dada à Agência Brasil e foi encomendada para marcar posição do governo contra a iniciativa.
Para a tristeza de Bringel, o movimento Xô, CPMF deverá ter a companhia de mais outro organizado no Rio Grande do Sul pela ACLAME, Associação da Classe Média, que atuou fortemente contra o aumento da carga tributária no Rio Grande do Sul.