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Agravamento do apagão e algumas reflexões

O agravamento do apagão aéreo deve provocar algumas reflexões. Vamos a algumas delas:


Um governo sem vontade de liderar. Lula demonstrar ser um grande presidente com o vento a favor. Quando a coisa complica, oscila entre a paralisia e a complacência. A demora em solucionar a crise dos controladores é prova de que o governo foi e está sendo complacente com os envolvidos e não sabe o que fazer.


Um governo sem autoridade. O fato de o governo ter concordado rapidinho com as exigências dos controladores e ter proibido a prisão dos líderes do motim vulnera toda a estrutura hierárquica da Aeronáutica. O governo está desmoralizando os militares e sinalizando para outros setores que é fácil obter benefícios e vantagens por meio de chantagem. A Polícia Federal, por exemplo, já prepara o cardápio de reinvidicações. Já sabem o que fazer para conseguir.  


Um governo brutalmente incompetente. Lula e seu ministério teve tempo de sobra para resolver o problema e ter uma alternativa para a chantagem permanente dos controladores.  Deveria ter buscado alternativas práticas e sistemas alternativos. Nada fez.


O apagão aéreo afeta a popularidade. Fosse a mídia eletrônica mais agressiva, Lula ia ter perda importante de popularidade. Como a crítica pesada fica no Jornal da Globo e nos canais fechados (GNT, Band News),  o povão – que não anda de avião – não vai ligar muito. Perante os formadores de opinião, o dano será maior.


Repercussão internacional. A crise brasileira está atrapalhando o tráfego aéreo na região. É uma desmoralização para uma força aérea que sempre foi bem conceituada internacionalmente. O episódio também afeta a imagem do país perante investidores e, ainda, pode reduzir o fluxo de turistas.


Aumentam as chances de CPI. O agravamento da crise vai emparedar o STF obrigando-o a decidir rápido pela CPI da Câmara. A oposição poderá, caso sinta demora no STF, instalar a CPI no Senado. Ou mesmo, dividir o tema em duas CPIs: a do apagão aéreo e da administração da Infraero.


Salve-se quem puder. O governo terá que se decidir entre proteger a administração da Infraero ou a sua imagem. É uma decisão difícil que trará perdas inevitaveis.  Lula deveria demitir uns tantos para dar alguma satisfação à população. A começar pelo ministro Waldir Pires que mostra-se dramaticamente incompetente e sem apetite para a posição.


A chantagem continua. O advogado do sindicato dos controladores já anunciou na televisão: se não forem atendidos rapidamente vão transformar as viagens aéreas da Semana Santa em um inferno.