A matéria do Folha On Line sobre o financiamento de campanhas é muito importante para entender como funciona a dinâmica dos interesses em Brasília. Sobretudo, para quem pensa que o probelma de corrupção pode ser solucionado colocando crachá em quem defende legitimamente interesses:
“As empreiteiras patrocinaram mais da metade dos parlamentares do Congresso Nacional nas eleições do ano passado.
Reportagem publicada pela Folha (só para assinantes) deste domingo mostra resultado de um levantamento feito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre os recursos destinados pelas construtoras aos parlamentares.
Os dados revelaram que 54,7% dos parlamentares do Congresso receberam alguma verba de empresas do setor. Ou seja, as empresas bancaram 285 dos 513 deputados (55,5%) e 40 dos 81 senadores (49,3%).
Oficialmente, as construturas destinaram R$ 27 milhões nas campanhas eleitorais.
A reportagem mostra ainda que 40% dos parlamentares financiados pelas empreiteiras são membros da Comissão de Transportes da Câmara e 37% na de Infra-Estrutura do Senado.
A reportagem revela também que o vínculo dos parlamentares com as empreiteiras tem sido o principal entrave para investigar, em uma CPI, o lobby do setor em Brasília. Segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos defensores da CPI da Navalha, Brasília tem o “partido das empreiteiras”, o que deixa muita gente com o “rabo preso”.
Na lista dos maiores beneficiados por recursos de empreiteiras estão o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o ex-presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).”