Bancada no Senado encaminha voto de repúdio a Chávez | |||||
OBSTRUÇÃO Segundo o líder, a obstrução será feita até que o presidente venezuelano Hugo Chávez se retrate das declarações ofensivas feitas ao Congresso Nacional na semana passada. Na sexta-feira, Virgílio já havia repudiado as declarações em nota da Liderança. Hoje, encaminhou à Mesa requerimento de Voto de Repúdio à atitude de Chávez. O documento é assinado por toda a bancada. “O Brasil é um país democrático, onde a liberdade de imprensa é um dos alicerces mais sagrados. Esta moção de censura exprime o repúdio do Legislativo, na certeza também de que esses destampatórios não refletem o pensamento do povo da Venezuela”, diz o texto. Para Arthur Virgílio, o governo brasileiro se precipitou ao assinar o protocolo que permite o ingresso da Venezuela no Mercosul, porque aquele país, atualmente, não preenche o requisito da “cláusula democrática”. Esse é o dispositivo básico do Mercosul, e já foi aplicado no governo Fernando Henrique. Diante de ameaça de golpe no Paraguai, o Brasil, a Argentina e Uruguai deixaram claro que, se isso se concretizasse, aquele país seria expulso do Mercosul. Chávez, no entender do líder tucano, não somente persegue a oposição e agride a liberdade de imprensa como constitui, sim, ameaça na América Latina. “Toda e qualquer atitude ou manifestação que venha contra a consolidação do regime democrático no nosso subcontinente representa, sem dúvida, ameaça clara e nítida ao que queremos”, assinalou, ao citar a necessidade de liberdade de imprensa, Congresso funcionando à base do povo e do contraponto, com governante que se curve à Lei Maior, sem prorrogar o seu mandato indefinidamente. O senador disse ver hoje, na Venezuela, uma volta aos anos 2000: agitação nas ruas e luta fratricida. “Chávez seria um ditadorzinho qualquer se não utilizasse no seu projeto pessoal praticamente a única riqueza do país. E está promovendo uma corrida armamentista que não é para defender a Venezuela dos Estados Unidos. Ele sabe que não conseguiria”, assinalou. Virgílio criticou também as declarações de Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Lula para assuntos internacionais e que o acompanha na atual viagem ao exterior. A seu ver, Garcia deveria manifestar suas idéias somente ao presidente, e nunca vir a público para estabelecer dualidade na condução da política externa. | |||||
Fonte: Agência Tucana |