Cristiano Noronha
A vitória de Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara, ainda em primeiro turno, foi um grande resultado pessoal e, particularmente, uma demonstração de força do governo. O Planalto estava temeroso. Uma eventual derrota de Temer poderia tumultuar politicamente os dois últimos anos do presidente Lula e afastar ainda mais PT e PMDB na sucessão presidencial.
O resultado reforça os laços entre PT e PMDB. Para eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 2007, o PT havia se comprometido em apoiar o presidente do PMDB para o biênio 2009-2010. Acordo cumprido. Graças ao bom relacionamento de Michel Temer tanto com a base aliada quanto com a oposição, o novo presidente da Câmara apresenta boas condições, em especial neste ano, de avançar na votação de projetos importantes.
O primeiro grande desafio de Temer será a Reforma Tributária, cuja votação em plenário é esperada para março. Outros temas polêmicos da pauta são a proposta de emenda à Constituição que limita a edição de medidas provisórias e a votação do projeto que cria a Contribuição Social para a Saúde (nova CPMF).