Preocupados em achar um nome forte para articular as coalizões para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República em 2010, petistas de várias esferas do partido realizam um movimento para levar o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao comando do PT nas eleições internas que acontecem em novembro deste ano. Porém, o difícil será convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a abrir mão do seu auxiliar estratégico, que o acompanha no governo desde o primeiro dia, em 2003.
Carvalho confirmou as pressões em torno de seu nome, mas disse que não tomaria nenhuma atitude sem o aval de Lula. "Estou no governo, a não ser que o presidente Lula altere sua opinião. Se acontecer de ele mudar de ideia, eu vou cumprir esta tarefa", disse Carvalho.
O prefeito de São Bernardo do Campo e conselheiro de Lula, Luiz Marinho, afirma que tentará convencer o presidente a liberar o assessor. "Para presidir o PT só tem uma liderança hoje: chama-se Gilberto Carvalho", disse Marinho. "Temos que convencer o presidente Lula a liberar o quadro dirigente que tem toda a autoridade para unificar o partido", avaliou Marinho.
Segundo Carvalho, Lula discorda de seu partido. "Gilbertinho, você é bom na conciliação, mas precisamos de alguém com mais envergadura para 2010, para montar o processo", relatou as palavras do presidente o assessor. Carvalho já teve seu nome relacionado em alguns escândalos, como o de Santo André (SP), quando foi acusado de envolvimento na coleta de recursos para o partido.
Além de Carvalho, outro nome cogitado para assumir a vaga de Ricardo Berzoini (SP), que já cumpre seu segundo mandato à frente da legenda, foi o do secretário-geral da presidência, Luiz Dulci. Porém, o secretário já adiantou publicamente que Carvalho tem seu total apoio.