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O fato e o factóide convivem na mesma notícia

Vejam que beleza de notícia. Olhem a manchete: passageiro pousa avião após morte do piloto em pleno vôo. A matéria está no UOL Notícias de 13 de abril. O texto é o seguinte: um passageiro conseguiu pousar um avião bimotor e salvar "a vida de cinco pessoas, no Aeroporto Internacional do Sudoeste da Flórida (EUA), após perceber que o piloto havia morrido." Considerando tais informações, o incauto leitor imagina o pânico do passageiro vendo que o piloto está morto!

Cada um se coloca no lugar e pensa: vou morrer também! Porém, não é bem assim: "O passageiro que assumiu o voo tinha licença para pilotar monomotores havia 20 anos, mas não tinha certificação para comandar um King Air, modelo bimotor de luxo." Ora, qualquer um que pilota há mais de 20 anos, com razoável orientação, consegue pousar uma aeronave. Foi o que, obviamente, aconteceu. Não teria a menor graça dizer que o piloto morreu e um passageiro que, também era piloto, assumiu o lugar e pousou a aeronave. Ninguém ia dar muita importância.

Pois bem, a notícia em questão é um perfeito e acabado exemplo da mistura de fato com factóide visando gerar uma reação emocional do leitor. A construção da nota, a partir da manchete, visa capturar o leitor pelo seu lado emocional. Tal prática é diária na imprensa mundial. é a forma como o povo é empulhado com má informação. No caso em questão, nada grave. A manipulação não tem fundo ideológico. é meramente uma construção para gerar audiência.