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24 anos sem Tancredo Neves

Brasília (21/04/2009) – Em 21 de abril de 1985, morria Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito, pelo Colégio Eleitoral, em Brasília, após duas décadas de ditadura militar no Brasil. Tancredo adoeceu gravemente na véspera da posse e faleceu sem assumir a presidência do país, que foi governado durante os cinco anos seguintes pelo vice-presidente eleito, José Sarney. 
Sua atuação no movimento Diretas Já, que teve grande participação e atuação do então MDB, criou uma consciência nacional para a abertura política no Brasil. Para o senador Pedro Simon (RS),“a figura de Tancredo foi definitiva para a concretização do processo de redemocratização do Brasil. Ele foi um dos personagens centrais das mobilizações pelas eleições diretas. Junto com Ulysses Guimarães e com Teotônio Vilela, Tancredo levou o PMDB à frente da luta pela aprovação da emenda do então deputado Dante de Oliveira que previa a realização do pleito direito para a Presidência da República”. Com a não aprovação da emenda, foram realizadas eleições indiretas para presidente, no dia 15 de janeiro de 1985, quando Tancredo foi escolhido como novo presidente pelo Colégio Eleitoral.
Ao lado de Ulysses Guimarães, Tancredo foi um dos principais líderes na luta pelo fim da ditadura militar no país. De acordo com o cientista político Murillo de Aragão, da Arko Advice, “Tancredo Neves é um ícone político. Representa a quintessência do político nacional: discreto, articulado, confiável, perspicaz e muito inteligente. Suas articulações foram essenciais para o fim do regime militar de forma não traumática. Ao final dos anos 70, quando criou o PP junto com Magalhães Pinto e Olavo Setúbal, já ensaiava o entendimento com antigos adversários para a transição política. Quando os militares proibiram as coligações em 81, Tancredo liderou a fusão do PP com o PMDB junto com Ulysses Guimarães”.
Para o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP), Tancredo foi exímio na arte do diálogo político, na construção de pontes entre adversários, no exercício da conciliação. "Essas qualidades permitiram a ele repactuar a sociedade brasileira, reconciliando nosso país com a democracia, sem grandes traumas, sem rupturas. Esse legado faz de Tancredo um dos maiores políticos brasileiros", disse.
DEMOCRACIA E PMDB – O nome de Tancredo Neves estreitamente associado à democracia. Para a deputada Iris de Araújo (GO), presidente nacional do PMDB, “respiramos os ares democráticos hoje pelo importante papel que Tancredo Neves teve ao se colocar como líder do processo de transição da ditadura militar”. Segundo ela, a morte de Tancredo, antes de assumir a presidência, nos deixou “órfãos”, mas o ideal da democracia permaneceu. “Temos que seguir seu exemplo, pois ainda não conquistamos a democracia plena e verdadeira, que só será definitiva quando tivermos igualdade de oportunidade para todos”, afirmou.
A continuidade da luta pela democracia também é defendida pela presidente nacional do PMDB Mulher, Maria Elvira Salles Ferreira (MG). Para ela, a mais importante contribuição do PMDB, historicamente, foi sua participação na luta contra a ditadura e no processo de redemocratização do país, do qual o Tancredo foi um dos grandes líderes. “é fundamental guardar a memória desta história e encontrar forças nela para continuar a caminhada para a construção da democracia interna no partido e para sua modernização e a contemporaneidade. O aniversário da morte de Tancredo é o tempo de refletirmos como voltar a estar perto do coração do povo”, conclui.
Roberta Ramos (ACS/PMDB)