Um editor da revista The Atlantic foi visitar à Moldova. Sua preocupação era saber como a crise mundial do mercado financeiro tinha chegado lá. Descobriu que não existe crise na Moldova. Moldova é o país mais pobre da Europa com o pior IDH do Continente. Para piorar depende em tudo da Rússia que garante petróleo, gás natural e carvão. Sem muitas indústrias, a economia da Moldávia tem como destaque o turismo nas antigas minas da Cricova e na exportação de vinho! A Moldova é um país que parece ter saído dos livros do Tin Tin. As antigas minas formam a maior adega do mundo com mais de 120 quilômetros de corredores. De tão atrasado, a crise mundial não atingiu o país. Faltou um sistema financeiro que pudesse entrar em crise. O uso de cartões de crédito é incipiente. Mesmo assim, com todo o atraso, de acordo com o The Atlantic, Moldova está em quinto lugar no ranking da estabilidade financeira da publicação inglêsa The Banker. Alguns países, como a Moldova, escaparam da crise pelos seus defeitos. Outros, como nós, escapamos da crise pelas nossas virtudes e defeitos. Moldova e Brasil tem algo em comum: emprestam pouco dinheiro. O crédito na Moldova chega a 35% do PIB. No Brasil, o volume de crédito do sistema financeiro nacional chegou a R$ 1,241 trilhão em março, valor que corresponde a 42,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual é o mais elevado da série histórica do Banco Central, iniciada em 1991. Na Moldova, o sistema funciona na base do dinheiro vivo e com alavancagem praticamente nula. O guia do repórter da The Atlantic deu sua receita contra a crise: guardo dinheiro em uma gaveta e só uso o que eu tenho.