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O acirramento da disputa interna no PT

Na semana passada, uma denúncia do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) acirrou o debate interno no PT, que, em novembro, escolherá seu presidente nacional. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, Fontana levantou suspeitas sobre a suposta prática do “voto de cabresto” na eleição interna do partido. “Desconfio de pagamento coletivo. Uma pessoa pagou para um grupo, e isso é voto de cabresto. Em 23 de agosto, 184.893 filiados estavam aptos a votar. Em 2 de setembro, eram 780 mil os filiados que estavam em dia com a tesouraria”, afirmou.
 
A declaração de Henrique Fontana foi mal recebida na corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que domina mais de 60% da máquina petista. Líderes do partido chegaram a pedir que ele desmentisse a informação. Posteriormente, o deputado gaúcho declarou que não usou a expressão “compra de votos”, mas manteve a denúncia.
 
Há quem veja na manifestação de Henrique Fontana uma consequência das articulações que acabaram inviabilizando seu nome na coordenação do grupo de trabalho sobre reforma política. Fontana havia sido o relator de um projeto de reforma política na Comissão Especial, no entanto, mesmo sendo indicado pela bancada do PT da Câmara para integrar o grupo, acabou prevalecendo a escolha do também deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), indicado pelo governo com apoio do PMDB. Nos bastidores, comentou-se na época que tal escolha se deveu à postura de Fontana, considerada “muito radical”.
 
Independentemente da motivação de Henrique Fontana para fazer a denúncia, fica evidenciado que o PT vive um clima interno de acirramento. Logo após sua declaração, três dos quatro candidatos a presidente do PT de oposição à CNB – Valter Pomar, Markus Sokol e Serge Goulart – estranharam o fato de o número de filiados aptos a votar ter crescido 322%. Por enquanto, o presidente e candidato à reeleição Rui Falcão, da CNB, não se manifestou a respeito do assunto.
 
Apesar de as denúncias terem acirrado momentaneamente o ambiente no partido, elas não devem ter força suficiente para abalar o favoritismo de Rui Falcão, que, salvo algum fato novo relevante, deve ser reeleito presidente do PT.