José Maurício dos Santos
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, deverá comparecer ao Senado para falar sobre a desenvoltura da bilionária compra dos aviões caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) após a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional ter aprovado, nesta quinta-feira(4), o convite.
Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que preside a comissão, ressaltou que um relatório técnico elaborado pela Aeronáutica concluiu pela aquisição dos aviões suecos Gripen NG. Entretanto, é cada vez mais é cada vez mais visível a intenção do governo brasileiro de comprar os jatos franceses Rafale.
Essa preferência ganhou força depois do anúncio de uma queda de US$ 2 bilhões no valor do pacote de 36 Rafale, de US$ 8,2 para US$ 6,2 bilhões. A Dassault reduziu o preço após uma revisão feita por Jobim no sábado (30), em Paris.
Porém, mesmo com o “desconto”, o valore do Rafale chegam a ser 40% mais caro que os aviões das empresas concorrentes: a sueca Saab, com o caça Gripen NG de US$ 4,5 bilhões e a americana Boeing, com o jato F-18 Super Hornet, de US$ 5,7 bilhões.
Porém, Jobim negou que a decisão esteja concluída.
A FAB negou que tenha recebido um comunicado oficial com a concretização do negócio com os franceses.
Já a Dassault não quis comentar sobre o assunto.
A repercussão do assunto rondou os corredores da Câmara onde, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), defende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convoque o Conselho de Defesa Nacional para discutir o tema. “Espero ser convocado e lá no conselho nós vamos discutir”, disse Temer.
O Conselho é formado pelo presidente e vice da República, além dos respectivos da Câmara e Senado.