O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, desistiu de disputar um mandato eletivo, em outubro, em troca da possibilidade de ficar mais quatro anos no comando do BC, em eventual governo da candidata do PT às eleições, Dilma Rousseff. Meirelles queria ser indicado candidato a vice-presidente na chapa de Dilma, mas não conseguiu viabilizar seu nome no PMDB, partido ao qual caberá designar o companheiro de Dilma em 3 de outubro. O presidente do BC anunciou a decisão de ficar na tarde da quinta-feira, após uma série de frustradas tentativas para se tornar o vice da candidata do PT. Meirelles saiu desgastado do processo, num momento de tensão inflacionária ao qual o BC deve responder com aumento da taxa de juros. Aumento que já deveria ter ocorrido na última reunião de diretoria do banco, segundo alguns analistas do mercado. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a Meirelles que dificilmente ele seria indicado pelo PMDB para a vice de Dilma. O partido, que deve integrar a coligação governista ao Palácio do Planalto na condição de aliado preferencial, por mais de uma vez deixou claro a Lula e a Meirelles que pretende indicar para o cargo o presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP).