Em entrevista concedida ao jornal Estadão , na quinta-feira passada (06), o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, fez importantes comentários sobre como avalia a disputa presidencial de 2014. Ele falou que, apesar da aliança política entre o governador Eduardo Campos (PSB-PE) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o tucano é o adversário a ser enfrentado no primeiro turno.
Na avaliação de Amaral, isso ocorre porque a presidente Dilma Rousseff (PT) estaria com uma das vagas assegurada no segundo turno. Assim, restaria uma vaga, que seria disputada entre Eduardo Campos e Aécio Neves.
Questionado se o PSB apoiaria o PSDB num eventual segundo turno contra Dilma Rousseff, Roberto Amaral demonstrou otimismo ao afirmar que não discute isso porque parte do pressuposto de que Eduardo Campos estará no segundo turno.
Amaral também justificou a aliança entre Eduardo e Aécio no primeiro turno, apesar de ambos serem adversários. “ Temos que fazer uma aliança política que não nos afaste do eleitorado dele (Aécio) e torne mais fácil trazer parte do eleitorado dele para nós, já no primeiro turno, convencendo esse eleitorado da maior viabilidade do Eduardo para disputar o segundo turno. é mais fácil o eleitorado dele votar em nós do que na Dilma.”
A aliança política com Aécio Neves é importante para Eduardo Campos, principalmente por conta da boa estrutura que o PSDB possui na Região Sudeste, sobretudo em São Paulo e Minas Gerais. Vale lembrar que, apesar de o PSB possuir uma boa estrutura no Nordeste, o partido carece de palanques competitivos no Sudeste e no Sul, fato que tem levado os socialistas a buscar alianças com outras legendas.
Aliás, não é por acaso que, segundo Roberto Amaral, o PSB pretende lançar a chapa Eduardo Campos e Marina Silva à presidente e vice-presidente, respectivamente, no dia 15 de março, durante uma reunião que ocorrerá no Rio de Janeiro, outro importante colégio eleitoral do Sudeste.
Apesar do bom entendimento entre Aécio Neves e Eduardo Campos, uma aliança entre ambos num eventual segundo turno contra Dilma Rousseff não está garantida. Claro que se Eduardo for ao segundo turno são grandes as possibilidades de o PSDB apoiar o candidato do PSB.
Porém, uma eventual disputa entre Dilma x Aécio não garante o apoio automático do PSB ao PSDB. Até meados do ano passado, os socialistas eram da base do governo Dilma Rousseff, além de terem uma forte presença na gestão do ex-presidente Lula. Não à toa, quando questionado sobre se o PSB poderia apoiar Aécio num segundo turno contra Dilma, Roberto Amaral desconversou, afirmando que aposta na ida de Eduardo Campos ao turno final da disputa.